Nos últimos 30 anos, houve muitas mudanças na forma como os jovens de 15 a 24 anos ouvem rádio e interagem com o meio. Com o advento da internet e a proliferação de dispositivos móveis, o rádio está tendo que se adaptar para manter sua relevância entre esse público cada vez mais exigente e conectado. No entanto, algumas emissoras que antes eram consideradas jovens estão envelhecendo sua programação para buscar um público de 25 a 34 anos. Vamos refletir sobre o tema ‘Falta rádio Jovem no Brasil’.
A evolução da audiência de rádio entre jovens de 15 a 24 anos
Para entendermos melhor essa mudança na audiência de rádio, é importante olhar para a evolução do comportamento dos jovens nos últimos 30 anos. Nos anos 90, o rádio ainda era uma das principais formas de entretenimento para jovens e adolescentes. No entanto, com o aumento do acesso à internet, o público jovem passou a ter mais opções de entretenimento e passou a dedicar menos tempo ao rádio.
Na década de 2000, surgiram novas tecnologias que permitiram aos jovens ouvirem música e programas em dispositivos móveis, tornando o rádio tradicional menos atraente. Como resposta, algumas estações de rádio começaram a investir em plataformas de streaming e na produção de conteúdo exclusivo para a internet.
No entanto, com o avanço da tecnologia e a popularização da internet, os jovens passaram a ter ainda mais opções de entretenimento, o que fez com que o rádio perdesse espaço. Segundo pesquisa realizada pelo Kantar IBOPE Media em 2019, a audiência do público jovem de 15 a 24 anos representou apenas 14,4% do total de ouvintes de rádio no Brasil. Isso mostra que, apesar de ainda haver interesse por parte dos jovens, o rádio não é mais uma das principais formas de entretenimento para essa faixa etária.
Atualmente, os jovens ainda ouvem rádio, mas de maneira diferente. As estações de música pop e rock ainda são populares, mas estão sendo escutadas mais por aqueles que não são mais jovens.
O que esperar
Com base nas tendências atuais, é provável que os jovens de 15 a 24 anos continuem a usar a internet para consumir conteúdo de áudio e vídeo. As estações de rádio que desejam manter ou focar sua audiência entre esse público devem investir em plataformas de streaming, aplicativos móveis e na produção de conteúdo exclusivo para a internet.
É importante que as estações de rádio entendam as necessidades e preferências do público jovem e adaptem sua programação para atendê-las. Manter um público mais jovem conectado na sua marca é mais difícil e, em alguns momentos, mais caro, pois exige um plano de ação, planejamento e marketing mais agressivo, mas é possível.
Nos últimos 30 anos, houve uma mudança significativa na influência dos jovens no consumo da família, com os mais jovens agora tendo mais poder de decisão. A pesquisa da Kantar Worldpanel de 2019 mostra que os jovens entre 16 e 24 anos já influenciam em 61% das compras dos lares brasileiros.
Razões
Uma das principais razões para essa mudança é o acesso dos jovens à informação e às tendências de consumo por meio da internet e das redes sociais. Os jovens também têm mais poder de compra do que antes, o que lhes dá mais autonomia para tomar decisões de consumo e influenciar as decisões da família. No entanto, a influência dos jovens no consumo da família ainda varia de acordo com a cultura e a região.
Embora a audiência do rádio entre jovens de 15 a 24 anos tenha diminuído nos últimos 30 anos, a pesquisa realizada pela Toluna Insights em 2021 mostrou que cerca de 84% dos jovens brasileiros nessa faixa etária consomem músicas e podcasts. Isso indica que há interesse em conteúdo de áudio e que a falta de opções de rádio jovem pode ser superada com estratégias inovadoras adaptadas às preferências do público jovem, como investir em plataformas de streaming, aplicativos móveis e produção de conteúdo exclusivo para a internet.
Falta rádio Jovem no Brasil
Portanto, é importante que as estações de rádio entendam as necessidades e preferências do público jovem e adaptem sua programação para atendê-las, mesmo que conquistar e manter essa audiência exija planejamento e estratégias inovadoras. Eu concluo que a afirmação de que os jovens não ouvem rádio não é verdadeira, pois existe uma audiência em potencial, influenciadora em consumo e que precisa de opções adequadas às suas preferências.